Uma despedida difícil eu faço hoje do livro Clarice, uma biografia, de Benjamin Moser. Foram algumas semanas
especiais, deliciosas tardes de verdadeiras expectativas e descobertas,
momentos surpreendentes, fatos não imaginados, desconhecidos, recordados. Tristezas,
alegrias, superações, confrontos pessoais, persistência, reflexões de vida e
morte. Tudo isto e muito mais eu vivi
nesta leitura.
Sempre acreditei que são os livros que nos
escolhem e que há o momento exato para que isto aconteça. Encontrei-me agora
com Clarice e vamos ficar juntas por um bom tempo, talvez para sempre, fieis, como
foi ela com os verdadeiros amigos ou os verdadeiros amigos foram com ela.
Claro que eu já havia escutado muito sobre a
autora, mas ela havia se tornado para mim inatingível (para mim e para muitos
que histórias ouvimos daqui e dali ao redor do seu nome) porque assim ela me
foi apresentada, difícil de ser lida e compreendida. Mas então, depois de muitos
outros autores lidos, escutei o comentário de um livro de Clarice e bateu
vontade de finalmente, verdadeiramente conhecer seus escritos. Adquiri então Todos os contos/Clarice Lispector,
organização de Benjamin Moser. E eu
me vi lendo e entendendo... Senti-me de repente estar preparada para conhecê-la.
Aconteceu assim comigo. Aconteceu também neste mesmo momento ter em mãos Clarice, uma biografia, do mesmo autor. Começar esta nova aventura pelo olhar de
Benjamin Moser foi uma boa opção. Ele foi o facilitador, foi quem despertou
ainda mais a minha “coragem” de desvendar o jeito singular de Clarice de ver e
sentir (se isto é possível...).
Paralelamente, fui lendo os dois livros,
avancei mais na biografia, que termino agora, o de contos está quase por
terminar. Os dois se afinaram, se complementaram, fortaleceram a minha mais
recente trajetória de leitora.
Corrijo a tempo o início deste texto, não é
exatamente uma despedida hoje o que eu faço, pelo contrário, sinto-me convidada
por Benjamin Moser para conhecer a literatura de Clarice Lispector.
Convite aceito! Que venham os romances de
Clarice.
Joyce Pianchão
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