segunda-feira, 30 de maio de 2016

VOU FAZER UM CAFEZINHO...



Entre!  Se assente aqui na minha sala de estar, encoste-se às minhas almofadas. Fique à vontade! Vou fazer um cafezinho para nós e então conversaremos.
Ou então...
 Vamos nos encontrar hoje? Podemos ir até a um café e ali conversaremos tranquilamente.

Qual foi a última vez que você viveu uma situação desta?
Pois é... Se você não se lembra de quando foi ou se isto nunca aconteceu com você, não sabe que momento precioso está deixando de vivenciar.
Quantas coisas poderiam ser resolvidas mais facilmente ou mesmo amenizadas num bate-papo acompanhado de um cafezinho. Quantos planos de vida podem surgir neste momento!
Outras vezes, muitas vezes, um momento de conversa com um café, vale mais do que até mesmo do problema resolvido. Porque na verdade a maioria das nossas carências afetivas se resolve na companhia de café amigo e isto basta para prosseguir.
Vamos então fazer renascer esta simpática prática de convidar um amigo para um cafezinho?
Joyce Pianchão

domingo, 29 de maio de 2016

EU NA COMPANHIA DE MANUEL BANDEIRA




Hoje terminei de ler o segundo volume de crônicas de Manuel Bandeira:
“Crônicas inéditas 2”.
Já havia lido “Crônicas da província do Brasil” (volume 1) e também “Manuel Bandeira -50 poemas escolhidos pelo autor”.
Despeço-me agora deste volume que me fez companhia por um bom tempo. Tempo este precioso, de linguagem apurada, de interessantes informações de uma época de escritores, poetas, artistas plásticos, músicos, arquitetos, que conhecemos pela perpetuação dos seus feitos, porém  nas crônicas de Manuel Bandeira são ainda vivos, como Machado de Assis, que um dia, já senhor, pegou o bonde junto com Bandeira. Vinícius de Morais que teve os seus primeiros poemas apreciados por Manuel Bandeira, que também apreciou as primeiras exposições de Guignard e Portinari. O tempo das trocas de cartas com Mário de Andrade, onde se percebe amizade de uma vida inteira. E por aí vai Bandeira descrevendo esta gente apreciada ainda nos dias de hoje.  Lugares como Minas, Rio de Janeiro, Pernambuco, nos anos 30 e 40, são também descritos pelo cronista, outras vezes pelo poeta.
Em um comentário, das muitas impressões literárias de Bandeira, como cronista de jornais e revistas, destaco este trecho de um poema de Eulálio Mota, por ele citado, para finalizar  os belos momentos por mim vividos ao ler este volume:

 “... a Felicidade
Vem até nós, vive conosco... e depois,
Somente depois, é que sabemos
Que ela veio, que viveu conosco... Depois...
Somente depois!”

Eu tive a sorte de sentir e viver a felicidade de ler Manuel Bandeira, em prosa e verso. Foi ele que fez crescer o meu interesse por crônicas e entender e apreciar mais o gênero poema.

Joyce Pianchão

segunda-feira, 23 de maio de 2016

PACIÊNCIA, VAI PASSAR...



Hoje...


Escuto Lenine cantando “Paciência”
 E sei que a vida não para...

Ele me diz que a vida é rara...
Eu sei que é, como sei!
Hoje...

Neste exato instante,
O que eu mais preciso é de ter paciência
E acreditar que vai passar, que tem que passar,
Como tudo passa...
Mas por um instante somente,

Somente hoje...


Queria poder sentir que tudo parou num silêncio 
Só meu, somente meu...

Para que assim eu pudesse me recompor

Mudar de roupa e de olhar.

E então esperar que amanhã

O céu possa estar lindo
Anunciando mais um amanhecer em mim...


Almejo então
Voltar a ser o que sou
Fazer parte do tempo

Que não para

Da vida que não espera.


Joyce Pianchão


domingo, 22 de maio de 2016

DE QUE VOCÊ TEM MEDO?



Medo

Medo disto, medo daquilo...
Todos nós carregamos os nossos medos.

Medo de água, medo de altura, até medo de ser feliz!

 De dirigir carro, de bicho, de envelhecer, medo da morte, de viver...
 Medo de mudanças, de se aventurar no amor, medo de gente...

Os medos que carregamos são histórias vividas que deixaram sensações como lembranças.
Sensações de medo, de pavor, de não querer mais enfrentar aquilo que nem mesmo sabemos o que é. Só ficou o medo...

Ele se acomoda, dorme tranquilo dentro de nós por muito tempo, às vezes uma vida inteira. 
Mas acontece de um dia, sem mais nem menos, ele despertar... 

Pode ser com um gesto, um som, um lugar, uma pessoa, uma situação...

Existem medos benéficos, que funcionam como o nosso freio.
Se nenhum medo nós não tivéssemos, sairíamos por aí, pulando janela, nos atirando em frente aos carros ou fazendo outras coisas que com certeza o resultado seria o arrependimento.

 O medo nos faz refletir sobre os próprios atos, antes que se concretizem.

Porém há os medos maléficos que nos impedem de nos aventurar para o novo, de sair do nosso conforto para conhecer outras possibilidades...
Estes devem ser enfrentados e vencidos.

E aí então, existe o equilíbrio associado à força de vontade para nos ajudar a vencer os medos que nos paralisam, que nos impedem de avançar e caminhar para o desconhecido.

É preciso saber identificar o que deve ser vencido, para não deixar de saborear as boas coisas da vida, sem medo, é claro!

Muitos medos eu já tive, muitos ficaram no caminho...

O meu medo atual é de desencontrar-me do meu eu que conheci recentemente, que me faz sem medo de ser feliz!

Joyce Pianchão

domingo, 15 de maio de 2016

DIGA QUE SIM...



Você aceita
O convite que eu lhe faço?
Por mais irrealizável
Possa ele parecer?

Escute a música
Que só em mim se faz presente
Faça dos meus desejos os seus
Siga os meus passos
Como se fosse os seus
 Em dança combinada.

Não diga palavra,
Não sussurre,
Não queira dar
E nem peça explicações.
 
Não saia do compasso,
Mesmo que o descompasso
Nos gestos de braços e mãos,
De pernas e pés,
No respirar,
No cheiro dos movimentos.
Aconteça então...

Por um instante que seja
O aceitar do convite se faça feito.

Depois de tudo,
Não se importe com nada disto!
Vontade me deu desse poema escrever
Depois de escutar Alceu Valença
Despertar meus mais escondidos sentimentos
Cantando “Sabiá”.

Joyce Pianchão