Eu até pensei em nada escrever nesta data, mas
não tem jeito de passar despercebido. Se for sentido, a ordem é externar (a
regra não se aplica a todos os casos).
Chego bem aos sessenta e três. Estou viva, com boa saúde, sou independente
para me resolver. Eu ando, falo, penso e reflito sobre todas as coisas que
acontecem no meu mundo.
Eu estou no ano de 2018, este é o meu tempo. Faço
parte de tudo o que acontece nele. Acompanho as notícias, os progressos, os
retrocessos... Discuto atualidades, leio, faço parte de grupo de conversa,
cuido da minha alimentação, pratico atividade física, leio, escrevo.
Tudo isto para dizer que sou uma pessoa atual,
não vivo de recordação, sou presente.
Questiono a vida. Interpelo o tempo e brigo
pelo meu lugar. Sou uma eterna insatisfeita, não me acomodo com nada, sou
procura...
Com a maturidade aprendi o valor do silêncio
quando há muito barulho. Ela me aquieta quando provoco os meus conflitos.
Aprendi também a processar o que eu escuto, o
que eu sinto, a driblar a impulsividade. Deixar a resposta para depois, quando
assim posso evitar discórdias. As decisões são bem pensadas antes de
executadas. Claro, que nem sempre as coisas acontecem exatamente assim, mas eu
tento.
Quase sempre, faço o que quero. Hoje sei dizer “não”
mais vezes. Se for para agradar, que seja a mim primeiro.
O tempo não traz somente perdas, traz também o
aprendizado, para que, quando vida ainda houver, seja acompanhada de bem estar
pessoal.
Pronta eu estou para o 63, pelo menos, no que
depender de mim...
Joyce Pianchão