domingo, 29 de julho de 2018

Segunda-feira


 

Segunda-feira tem jeito de recomeço.
Recomeço da semana, do planejar, do fazer, do ser.
Onde vou?
Vou ao encontro da vida.

Joyce Pianchão

domingo, 22 de julho de 2018

MUDANÇAS QUE A VIDA PROVOCA

A vida me provoca o tempo todo.
Ela me dá um tempo de repouso e eu vivo os dias tranquila.
Um dia, porém, acordo assustada e tudo está revirado, eu me descontrolo, o chão foge dos meus pés.
Com o tempo reencontro equilíbrio e encaro de frente, com uma força que desconheço de onde vem.
A vida me mostra que as mudanças de tempos em tempos são necessárias. 
Descobri que eu estava acostumada até com o que já não me fazia mais bem...
Eu revejo coisas guardadas. Jogo tristezas fora. Descarto lembranças. Dou uma sacudida, espanto o medo.
Levo comigo quase somente o necessário. Carrego o presente comigo.
Eu me vejo então em um novo lugar.
Estou surpreendentemente feliz por ser neste momento uma desconhecida.Sem interrogações, sem gente batendo na porta, sem telefone tocando.Sem história para continuar a contar. Recomeço a vida aos sessenta e dois anos.
 Pode isto?
Acredito que sim! 
Mais uma nova descoberta eu incluo na minha história pessoal: Não preciso viver somente das recordações, tenho o presente que a vida me permite construir.
Faço coisas que há muito não fazia. 
Quero dar cheiro à casa nova e faço um bolo. Quanto tempo não sinto o cheiro do bolo assando, do bolo que eu fiz. Só eu sei o que me fez ficar longe de alguns prazeres que já tive. Mas, retomo à eles aos poucos. e vou me permitindo experimentar sensações boas guardadas em mim. Olha só aí, mais uma da vida!
 Passeio a pé pela redondeza. Comprimento gente que não conheço. Vejo, escuto, cheiro, sinto a energia boa que vem do lugar ou de mim?
Pego o coletivo e vou observando o itinerário, os nomes das ruas e avenidas por onde não passava. Procurando referências para não me perder. Parece que sou turista na minha cidade e me encanto com isto.
Não teve jeito, trouxe alguns medos e receios. Mas, abro as janelas da casa, vejo que o dia se encarrega de esvaziar minha bagagem. O sol me dá ânimo de aos poucos dar um canto para cada objeto. Eu também vou aos poucos fazendo parte do ambiente.
Tudo é novo e tão simples.
No final do dia, cansada dos afazeres, continuo feliz.
É hora de aproveitar os dias tranquilos que a vida me dá...

Joyce Pianchão