quarta-feira, 20 de março de 2019

Aqui estou!



Aqui estou!

Vejo o dia através da minha cortina que abro lentamente e deixo o sol entrar. Vejo outras janelas, algumas abertas, outras ainda dormem. Levanto os olhos para o céu e grata sou por mais esse dia. Mas não estou só... Acordei com enxaqueca. É a minha dor crônica. Cada um tem a sua. Ela de certa forma é uma companheira que me avisa que algo me atingiu e que preciso de um momento meu, só meu.

Sou sensível à mudança de tempo, a cheiros fortes, ambientes “carregados”, olhares “atravessados”, comentários ofensivos, gente falsa... Sou assim, como muita gente que como eu, ainda sente na pele, que tem olhos que falam e veem mais do que deveriam ver, enfim gente de verdade. Todos nós somos, precisamos só ser lembrados disso.

Mas, aqui estou! Saudando a oportunidade que me amanhece pra vida. Pra tentar de novo.
E eu tento não assimilar o barulho que não é meu, aciono o meu autocontrole, eu me esforço para me adaptar ao inevitável, gostar e aceitar o que a maioria aceita, eu tento!
Procuro ser cordial ao falar, ao gesticular, ao escrever, ao olhar.
O excesso de esforço, de controle, de vontade de ser agradável me faz mal. São muitas as exigências...

Preciso me fazer feliz, me encontrar por aí, bater um papo franco, olho no olho. Dar-me um abraço forte, um tapinha nas costas de consolo, dizer para mim mesma que compreendo o que me aflige. Quero me dar um aperto de mão de trato feito com a vida.
Procuro todos os dias me fazer bem, pois é nessa procura que eu tento ser feliz de verdade.

Pronto, falei! Escancaro a cortina. A enxaqueca se foi. O dia se firma e eu aqui estou!

Joyce Pianchão

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