domingo, 1 de janeiro de 2017

E o ano acabou...



Vestindo azul

Acordei cedo.
 Levantei-me uma hora após o meu horário de costume, afinal a noite se estendeu com o barulho dos fogos de artifício.
 Não teve jeito, o corpo arrepiou com a chegada do novo ano e então agradeci, só agradeci, porque sei que o que quero depende de mim, de outras pessoas, do tempo. Se não aconteceu porque ainda não é o momento. Acredito que tudo tem o seu exato minuto, assim como a morte, assim como as coisas boas.  Assim é melhor pensar, serve de consolo para aquilo que foge ao nosso controle.
 Dizem que pra vida tudo tem jeito, só não tem pra morte.
Então, amanheci assim com um pouco de saudosismo do que não vivi, do que eu esperava que fosse e não foi. Saudade do que não foi, pode isto? Pode! São aqueles sonhos não acontecidos. Coisas pequenas, simples, mas que por motivos conhecidos ou não, não se realizaram, ainda são sonhos.
Olhei o céu e acreditei que era um valoroso presente ter para os olhos um azul tão intenso, tão limpo, tão vida.
E então, eu me vesti deste azul.
 Fiz deste cenário o meu dia, pensei azul, agi azul.
Hoje é domingo, primeiro dia do ano e eu vestida de azul confraternizei comigo mesma mais este amanhecer.

Joyce Pianchão

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