Antes que o ano acabe, eu preciso anunciar que terminei de ler hoje mais um romance de Clarice Lispector.
Eu li neste mês de dezembro "A maçã no escuro".
Os livros de Clarice não são livros para serem lidos rapidamente, é preciso lê-los lentamente, saborear página por página. Descansar, dar uma pausa para prosseguir.
A maçã é vista,observada, detalhada, sentida, comparada e comida lentamente no mais escuro do interior humano.
Clarice me encantou mais uma vez, quando descreveu a manga sendo saboreada:
(...) Desceu à cozinha onde, entre as frutas,pegou uma grande manga. Atenta,bateu-a de encontro à parede, vagamente cuidando de não acordar Ermelinda com o ruído fofo da manga nos ladrilhos da parede - até que sentiu absorta a fruta se amolecer dentro da casca, plena do próprio suco. Meditando,Vitória mordeu o topo da casca, cuspiu-a fora e pelo furo chupou a casca com os dentes, comeu a carne amarela até chegar ao caroço. (...)
Muitas deliciosas leituras em 2017.
Joyce Pianchão
É UM ESPAÇO ONDE PRETENDO ESCREVER, É CLARO! MAS TAMBÉM QUERO LER O QUE OS OUTROS ESCREVEM, QUERO OUVIR E SER OUVIDA, QUERO FALAR SOBRE O COTIDIANO, DO SIMPLES AO MAIS COMPLICADO. QUER FAZER ESTA VIAGEM COMIGO?
sexta-feira, 30 de dezembro de 2016
quinta-feira, 29 de dezembro de 2016
Natal o ano todo
Balanço de fim de ano
Todo final de ano é a mesma coisa: baixa em
todos nós o espírito de Natal.
E então falamos de solidariedade, amizade, amor
ao próximo e ficamos emotivos, queremos todos felizes.
Sem querer estragar a festa, eu peço licença
para fazer a minha lista de pedidos para o bom velhinho “Papai Noel”. Afinal,
todo mundo pede, deseja e espera esta data e comigo não é diferente.
Só que eu quero que este nosso comportamento de
Natal dure o ano todo. É pedir demais?
Por favor, me escute! Se não concordar,
discorde com elegância.
É isto! Vou começar a minha lista pedindo mais
elegância no pensar, no agir, no falar.
Quero menos gente isolada nos seus grupos, onde
pessoas pensam e fazem a mesma coisa.
Quero ver gente abrindo os braços para aqueles que são diferentes no pensar, no
agir, no ser. Pois todos nós merecemos respeito, antes de tudo.
Elegância e respeito combinam em qualquer
partido, em todas as religiões, em qualquer grupo social, independe das diversidades.
Quero ver pessoas se encontrando, conversando,
rindo e até discordando, mas que seja pessoalmente, olho no olho, no abraço, no
café, no cinema, na praça.
Elegância, respeito, amizade...
Mais uma coisinha só, afinal é fim de ano e
Papai Noel está acostumado com pedidos, sabe que nem todos poderão ser
atendidos, ele pacientemente escuta sorri e afaga. Mesmo que seja somente um
senhor de barba branca contratado pelo shopping, afinal é Natal e este sonho é
permitido.
Quero lembrar que todas as pessoas merecem ser
felizes o ano todo.
O ano
todo com saúde, com educação, moradia, emprego, fartura na mesa e crianças
brincando.
Quero ver elegância, respeito, amizade, solidariedade
o ano todo e no próximo Natal não teremos o que pedir, mas muito para celebrar.
Combinado?
Joyce Pianchão
sábado, 24 de dezembro de 2016
Quantos momentos bons em 2016!
Encontro com colegas de trabalho:
Encontro para matar a saudade.
Espetáculos de dança:
Quebranto. Teatro Bradesco.
Grupo Sarandeiros. Teatro Santo Agostinho.
Encontro com livros:
Bienal do livro de Minas. Expominas.
Rosa Expandido. Maria Bethânia:Leitura de textos de Guimarães Rosa.
Domingo no museu:
Feira Mercado Charme Chique.
Passeio com amigas:
Retiro das Rosas. Minas Gerais.
Compras:
Feira de Malhas de tricô Sul de Minas.
Viagem:
Canela RS.
sexta-feira, 23 de dezembro de 2016
Eu e a música em 2016
Música faz bem para os meus olhos.
Meus ouvidos agradecem, minha pele arrepia, meu coração se alegra, minhas mãos aplaudem.
Bons momentos em 2016:
50 anos de música.Toquinho, Ivan Lins e MPB4.Palácio das Artes.
Elis, a musical. Sesc Palladium.
Zizi Possi. Palácio das Artes.
Almir Sater e banda.Palácio das Artes.
Viola mutirão. Chico Lobo,Renato Teixeira e Quinteto violado. Palácio das Artes.
quinta-feira, 22 de dezembro de 2016
Eu no teatro em 2016
Gosto de teatro. Gosto muito!
Estar perto do palco,dos atores, sentir a troca de emoção, de expectativa, de reação, de aceitação, de manifestação.
A plateia presenciando a entrega dos atores, a parceria, o companheirismo, a sintonia, o improviso, a emoção,o suor.
Assim eu sinto o teatro.
Samba, amor e malandragem. Teatro Cidade.
Tudo o que eu queria te dizer. Funarte.
Rei Lear. Sesiminas.
O camareiro.Palácio das Artes.
Marilyn Monroe Doc. Cine Theatro Brasil Vallourec.
Estar perto do palco,dos atores, sentir a troca de emoção, de expectativa, de reação, de aceitação, de manifestação.
A plateia presenciando a entrega dos atores, a parceria, o companheirismo, a sintonia, o improviso, a emoção,o suor.
Assim eu sinto o teatro.
Samba, amor e malandragem. Teatro Cidade.
Tudo o que eu queria te dizer. Funarte.
Rei Lear. Sesiminas.
O camareiro.Palácio das Artes.
Marilyn Monroe Doc. Cine Theatro Brasil Vallourec.
quarta-feira, 21 de dezembro de 2016
Eu no cinema em 2016
Gosto muito de ir ao cinema.
Cinema com pipoca.
Um café, uma livraria e gente boa para comentar sobre o filme.
Melhor ainda quando já fica agendado outro filme para o próximo domingo.
Domingo é um bom dia para cinema.
Assisti a bons filmes neste ano.
Conheci gente que respira cinema na Mostra Cine BH.
Bons momentos!
Eu sou Ingrid Bergman. Cinema Usina Liberdade.
A garota dinamarquesa. Cinema Belas Artes.
A juventude. Cinema Belas Artes
Nise. O coração da loucura. Cinema Belas Artes.
O outro lado do paraíso.Cinema Belas Artes.
Marguerite. Cinema Belas Artes.
A incrível jornada de Jacqueline. Cinema Belas Artes.
Esperando acordada. Cinema Belas Artes.
Café Society. Cinema Belas Artes.
Aquarius. Cinema Belas Artes.
Mostra Cine BH
Ellon não acredita na morte. Sesiminas.
Los Leones. Cine Santa Teresa.
Silvestre.Palácio das Artes.
Rifle. Cine Santa Teresa.
Hierba Buena. Cine Santa Teresa.
Cinema com pipoca.
Um café, uma livraria e gente boa para comentar sobre o filme.
Melhor ainda quando já fica agendado outro filme para o próximo domingo.
Domingo é um bom dia para cinema.
Assisti a bons filmes neste ano.
Conheci gente que respira cinema na Mostra Cine BH.
Bons momentos!
Eu sou Ingrid Bergman. Cinema Usina Liberdade.
A garota dinamarquesa. Cinema Belas Artes.
A juventude. Cinema Belas Artes
Nise. O coração da loucura. Cinema Belas Artes.
O outro lado do paraíso.Cinema Belas Artes.
Marguerite. Cinema Belas Artes.
A incrível jornada de Jacqueline. Cinema Belas Artes.
Esperando acordada. Cinema Belas Artes.
Café Society. Cinema Belas Artes.
Aquarius. Cinema Belas Artes.
Mostra Cine BH
Ellon não acredita na morte. Sesiminas.
Los Leones. Cine Santa Teresa.
Silvestre.Palácio das Artes.
Rifle. Cine Santa Teresa.
Hierba Buena. Cine Santa Teresa.
terça-feira, 20 de dezembro de 2016
Eu nas exposições em 2016
Momento de aguçar os sentidos.

Ver, ouvir, ler, tocar ou não, cheirar, pensar, sentir, gostar ou não, refletir,compreender ou não,conhecer, viver, decifrar ou apenas contemplar. Deixar os olhos olharem e o coração sentir enquanto os pés silenciosos deslizam e levam um corpo comovido a passear por mundos coloridos ou não, belos ou feios, externos, internos, individuais ou coletivos, nosso mundo...
E assim aconteceu nas exposições que visitei.
10 de janeiro:
Zeitgeist. Arte na nova Berlim. Centro Cultural Banco do Brasil.
24 de abril:
O museu e a cidade sem fim. Museu Histórico Abílio Barreto.
28 de maio:
O direito à preguiça. Nuno Rosa. Centro Cultural Banco do Brasil.
7 de agosto: Mondrian e o movimento Stijl. Centro Cultural Banco do Brasil.
28 de novembro: Quero que você me deteste. Daniel Bilac. Galeria Celma Albuquerque.

Ver, ouvir, ler, tocar ou não, cheirar, pensar, sentir, gostar ou não, refletir,compreender ou não,conhecer, viver, decifrar ou apenas contemplar. Deixar os olhos olharem e o coração sentir enquanto os pés silenciosos deslizam e levam um corpo comovido a passear por mundos coloridos ou não, belos ou feios, externos, internos, individuais ou coletivos, nosso mundo...
E assim aconteceu nas exposições que visitei.
Zeitgeist. Arte na nova Berlim. Centro Cultural Banco do Brasil.
24 de abril:
O museu e a cidade sem fim. Museu Histórico Abílio Barreto.
28 de maio:
O direito à preguiça. Nuno Rosa. Centro Cultural Banco do Brasil.
7 de agosto: Mondrian e o movimento Stijl. Centro Cultural Banco do Brasil.
28 de novembro: Quero que você me deteste. Daniel Bilac. Galeria Celma Albuquerque.
domingo, 18 de dezembro de 2016
EU LI EM 2016
Até este momento, eu já li quatorze livros.
Cada um dos livros foi deliciosamente sentido e vivido intensamente.
Revendo a minha lista, passeando pelos títulos, eu faço uma retrospectiva literária e percebo em alguns segundos o livro novamente em minhas mãos, diante dos meus olhos.
Aquele que eu vi em uma livraria ou comprei pela internet,outro que eu escutei um comentário e fiquei curiosa para conhecê-lo, tem também aquele que eu senti que era hora de nos aproximarmos.
Aí estão meus companheiros de antes de dormir, à espera da consulta médica, das tardes preguiçosas, dos momentos de conversa interior.
Livros:
SIMPLES ASSIM. MARTHA MEDEIROS.
SOBRAS COMPLETAS. JOVINO MACHADO.
JACKIE EDITORA. A VIDA LITERÁRIA DE JACQUELINE KENNEDY ONASSIS. GREG
LAWRENCE.
MANUEL BANDEIRA-50 POEMAS ESCOLHIDOS PELO AUTOR.
MANUEL BANDEIRAS. CRÔNICAS DA PROVÍNCIA DO BRASIL.
MANUEL BANDEIRA. CRÔNICAS INÉDITAS 2.
OS LARGADOS. MICHELE SERRA.
MR. GWYN. ALESSANDRO BARICCO.
CLARICE, UMA BIOGRAFIA. BENJAMIN MOSER.
PERTO DO CORAÇÃO SELVAGEM. CLARICE LISPECTOR.
TODOS OS CONTOS/CLARICE LISPECTOR. ORGANIZAÇÃO BENJAMIN MOSER.
O LUSTRE. CLARICE LISPECTOR.
A CIDADE SITIADA. CLARICE LISPECTOR.
SAÚDE VISUAL POR TODA A VIDA. MEIR SCHNEIDER.
segunda-feira, 5 de dezembro de 2016
Eu preciso falar dele
Está chegando um poeta lá no céu, Ferreira Gullar, que pediu para ir em paz.
Um poeta sabe o momento da partida e nós sabemos que ele fará falta aqui.
Estamos precisando de poesia...
" Pretendo que a poesia tenha a virtude de, em meio ao sofrimento e o desamparo, acender uma luz qualquer, uma luz que não nos é dada, que não desce dos céus, mas que nasce das mãos e do espírito dos homens"
Ferreira Gullar
Um poeta sabe o momento da partida e nós sabemos que ele fará falta aqui.
Estamos precisando de poesia...
" Pretendo que a poesia tenha a virtude de, em meio ao sofrimento e o desamparo, acender uma luz qualquer, uma luz que não nos é dada, que não desce dos céus, mas que nasce das mãos e do espírito dos homens"
Ferreira Gullar
terça-feira, 22 de novembro de 2016
SILÊNCIO
Diante de algo que me entristece, que me faz só ou quando não me faço voz ouvida, eu escolho o silêncio.
Dou o meu silêncio aos outros. Não por acreditar que com isto estou penalizando-os.Não! Eu me retiro de cena por necessidade minha.Sou eu que me removo, como deve ser removida uma pedra no caminho para que ninguém interrompa o seu caminhar.
E então eu sou pedra, sou silêncio.
Porém, eu sou eu,penso, sinto e aguardo.
Faço releitura minuciosa de mim mesma, do que me rodeia.
Deixo que os outros passem com seus barulhos,os meus,por hora,estão guardados.
Não é um fim,é uma trégua que se faz necessária.
O silêncio é uma estratégia de sobrevivência.
No silêncio eu me acho e percebo então que não sou pedra no caminho.
Joyce Pianchão
Dou o meu silêncio aos outros. Não por acreditar que com isto estou penalizando-os.Não! Eu me retiro de cena por necessidade minha.Sou eu que me removo, como deve ser removida uma pedra no caminho para que ninguém interrompa o seu caminhar.
E então eu sou pedra, sou silêncio.
Porém, eu sou eu,penso, sinto e aguardo.
Faço releitura minuciosa de mim mesma, do que me rodeia.
Deixo que os outros passem com seus barulhos,os meus,por hora,estão guardados.
Não é um fim,é uma trégua que se faz necessária.
O silêncio é uma estratégia de sobrevivência.
No silêncio eu me acho e percebo então que não sou pedra no caminho.
Joyce Pianchão
domingo, 13 de novembro de 2016
CHOVE
Chove no telhado, nas plantas, no chão.
Chove em mim...
Eu escuto o silêncio que a chuva faz lá fora.
Silêncio também em mim...
Do telhado escorre a sujeira,da planta surge o verde mais vivo, o chão seco mata a sua sede. O rio se agita com a água que chega.
Tem gente que não dorme temendo que a chuva os leve.
O medo também se faz em mim...
Eu recebo a chuva com calma, com tanta calma que ela se entristece em mim.
Não vejo o sol, vejo o escuro, a incerteza.
Chove hoje e amanhã?
Amanhã eu quero o sol me acordando de mansinho, como a alegria que despertará em mim.
E se a chuva continuar?
Eu acordarei viva como tudo o mais que necessita dela.
quarta-feira, 2 de novembro de 2016
HOJE É DIA DOS VIVOS
O dia amanheceu frio, céu nublado e eu
tranquila, leve, reflexiva.
Pensei nela, na morte.
Pensei
naqueles que ela me levou.
Saudade veio terna.
Pensei que um dia ela virá para mim, eu serena.
Hoje é Dia de Finados, dia dos vivos pensarem
na lista de amigos, conhecidos, familiares, que viveram, cumpriram cada um o
seu ciclo de vida e foram com ela, com a morte.
Mas, os que se foram ficam na gente, ficam no
ar, nas coisas, nos lugares, nas fotos, nos rostos dos filhos, dos netos, dos
amigos.
Ficam no que falaram, demonstraram, construíram.
Ficam naquilo que gostavam, no que acreditavam. Ficam por onde passaram. Ficam
na mente, no coração, na lágrima, no sorriso, no gesto, nos objetos.
A vida
continua com a presença, de alguma forma, dos que se foram, pois a partida
nunca é completa. Parece até que é um “até qualquer hora, até qualquer dia”.
Hoje é dia de pensar em o que estamos fazendo,
o que vamos deixar, em que lembrança estaremos, em que saudade, em que alegria,
em que vida, em que palavra...
Hoje é nosso dia, dia dos vivos serem vida
eterna, para os que vão ficar depois de nós.
Joyce Pianchão
terça-feira, 1 de novembro de 2016
DIFÍCIL E BELO
No último dia de outubro do ano corrente, eu terminei
mais uma leitura: A cidade sitiada, de Clarice Lispector.
Depois
que eu li a biografia de Clarice, escrita por Benjamin Moser eu me propus a ler
todos os romances desta autora, na ordem que ela os produziu. Os contos eu já
li: Todos os contos, organizados por Benjamin Moser.
Sendo assim terminei a leitura do terceiro
romance da autora: Relata o crescimento de uma cidade e de uma mulher, ambas
sitiadas, ambas alçando voos mais altos. A cidade se desenvolve e se moderniza,
a mulher vive o que a cidade lhe oferece, até que um dia Lucrécia, a mulher,
deixa a cidade, arruma a trouxa e escapa.
Leitura para quem gosta de se aprofundar no mais
puro eu e ao persistir neste caminho encontrar um jeito único, da autora, de
perceber os sentimentos mais escondidos nos seres, até nas coisas...
Surpreendentemente
uma viagem difícil e bela!
Joyce Pianchão
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