
E então uma conversa me levou a uma reflexão
sobre as coisas que já joguei fora.
O tempo
que apaguei, ou que pensei que apagaria... Bobagem! Para cada coisa jogada fora duas lembranças: o
fato em si e o meu desastrado ato.
Adoro, de tempo em tempo, faxinar meus
guardados. Às vezes também uso como escape de algum momento que faz surgir em mim
sentimentos não muito bons.
De repente...
Acontece, eu doando, jogando no lixo, rasgando.
É muito bom! Eu me sinto renovada! Deixo espaço
para outros guardados que chegarão.
Mas, tem algumas coisas que joguei fora que
hoje ao lembrar me causam certa dor.
A capa de disco com declaração de amor do meu
pai para a minha mãe... Acredite! Eu dei e não deixo de pensar que deveria ter
guardado esta preciosidade.
Oito anos de cartas do primeiro amor...
Queimei! Pensando queimar a dor do momento. Hoje a dor é de não poder reler todas elas. Como
seria bom recordar o que tão intenso foi!
Muitas outras coisas que doei fizeram-me muito
feliz, porque vi outras pessoas igualmente felizes ao recebê-las e isto é muito
agradável de se ver.
Também penso que se eu morresse agora, não
daria trabalho a quem ficasse, pois teria pouca coisa para jogar fora. É o que
acontece com o que guardamos, jogam fora, pois só para nós teve importância.
Sempre faxinando, tenho poucos guardados.
As saudades eu levo comigo, ainda não aprendi a
faxinar a mente.
Joyce Pianchão
Oi Joyce, como você, também não aprendi a faxinar a mente. Joguei fora cartas, fotos de ex e por aí a fora com a mesma intenção. Talvez fosse melhor tê-los deixado em seus lugares originais para revê-los, de vez em quando, sob outra óptica. Nem foram muitos...
ResponderExcluir