Gente boa de verdade
Pequena ela era, mas de uma fortaleza sem
tamanho.
Quando seu último filho nascia, tivera sete,
seu marido falecia.
A jovem mulher, de sangue espanhol, do trabalho
não fugiu e seus filhos ela pôs-se a criar.
Não se preocupava muito em guardar, no dia que
seu salário recebia era fartura com certeza!
Seus filhos homens e mulheres se tornaram.
Ela então, na casa agora vazia de filhos,
decidiu que era hora de um novo amor viver e viveu!
Lembro-me dela, perfumada, bem arrumadinha, com
presentes no dia de aniversário de seus netos. Nunca ela faltava. E ele, seu
companheiro, ali do seu lado, até o fim ficou!
Tendo festa ou não, lá vinha ela, da data não
se esquecia nunca! E por nós, crianças, sempre aguardada, porque com certeza
tinha presentes e balas. E naquele tempo estes agrados eram raros...
Almoço de domingo, férias, lá em sua casa era
com certeza lugar certo de encontros da família.
Não tinha dia e nem hora, mesa com guloseimas
era coisa certa.
Mas um dia, o que era doce se acabou.
Ela se foi, eu chorei como criança, que sabia
do que se privava Aprendi então que a vida é assim, cheia de momentos únicos,
lembranças e saudades...
Minha avó Ana, porém, me ensinou que a vida tem
que ser vivida intensamente, se possível, rodeada de pessoas boas de verdade,
como ela!
Joyce Pianchão